Durante alguns anos comecei a
apresentar acentuada queda de cabelo acompanhada da perda da vitalidade dos fios e
fraqueza nas unhas, caracterizada por descamação e facilidade em se dobrarem.
Passei por uma verdadeira odisséia em clinicas médicas a fim de descobrir a
causa do problema e iniciar um tratamento que fosse realmente eficaz. Durante anos fiz diversos exames e realizei
tratamentos caríssimos e sem sucesso, já que cada médico dava um diagnóstico
diferente e inconclusivo. As suspeitas eram sempre as mesmas: problemas na
tireóide associados à síndrome dos ovários policísticos. Cada exame que eu
fazia acusava a SOP, mas nada de alteração na Tireóide. Era comum ouvir dizer
que meu problema era hereditário ou deficiência de vitaminas. Por anos, tomei complexos
vitamínicos e utilizei medicamento de uso tópico no couro cabeludo que deram
tímidos resultados.
Numa das diversas consultas à
procura de uma solução para o problema que me afetava tanto psicologicamente,
minha dermatologista observou que minha ferritina estava dentro do especificado
dos exames, mas não era o suficiente para a saúde dos cabelos e unhas. Iniciou
um tratamento para subir a taxa de ferritina, mas que não deu resultado. Diante
disso, me encaminhou a um hematologista que discordou totalmente dela, mesmo
assim me solicitou uma bateria de exames. Os únicos resultados que deram
alteração foram taxa de trasnferrina e o índice de saturação. Mesmo diante
disso, e sabendo que eu havia feito tratamento para anemia com a ingestão de
cápsulas de ferro, o hematologista me disse que estava tudo certo sem a
necessidade de tratamento. Ainda acrescentou: “se anemia fosse realmente causa
de quedas de cabelos mendigos seriam todos carecas”. Mais uma vez saí
decepcionada do consultório. Depois de
tantos exames, dinheiro investido sem retorno em tratamentos q não deram em
nada, você começa a desejar que dê alteração nos exames para que possa ter algo
a tratar e resolver a situação de caos.
Anos se passaram e meu desespero
sempre aumentando diante da queda acentuada dos meus cabelos, que era o que
mais me preocupava. Comecei a apresentar falhas que deixavam a mostra meu couro
cabeludo. Cheguei a ser diagnosticada
com AAG feminina e a fazer os tratamentos para tal, mas ainda assim algo me
incomodava. Mesmo que eu fizesse os tratamentos para AAG isso não afetaria na saúde
das minhas unhas, e mesmo com toda a suplementação vitamínica que eu tomava elas
continuavam se dobrando com a facilidade que se dobra um papel. Para mim algo ainda estava errado. Resolvi então
procurar outro médico que me pediu uma nova bateria de exames. Tal minha
surpresa, dessa vez houve uma alteração drástica. A taxa de saturação de
transferrina estava ainda mais fora do normal do que eu já havia notado nos
exames anteriores. Maior ainda foi a minha surpresa, o médico disse a mesma
coisa do hemato: eu estava ótima.
Não satisfeita, fiz diversas
pesquisas e pedi ajuda a uma nutricionista. Comecei a fazer uma dieta que
inclui alimentos ricos em ferro associado ao consumo de sucos de frutas
cítricas (q contém vitamina C que ajuda na absorção do ferro pelo organismo) e
o consumo de suco verde em jejum. Em uma semana de dieta, minhas unhas já não
descascavam mais como antes, em 30 dias ganharam resistência reduzindo
visivelmente a descamação. Os resultados nos cabelos foram mais tímidos, mas eu
já conseguia ver muitos fios nascendo e uma significativa redução na queda. Eu sei que o diagnostico de AAG não está
afastado, mesmo não havendo nenhum caso de calvice na minha família por parte
de pai ou mãe. Sei também que, devido a alguns fatores como a SOP e o tempo de
negligencia do problema por alguns dos médicos, não terei mais a quantidade de
fios que tinha antes. Não sei até onde esse tratamento vai salvar minha auto-estima,
mas por hora, esta é considerada por mim uma luz no fim do túnel.
Meu recado para quem está
passando pela mesma situação: pesquise outros casos, não negligencie suas
dúvidas, de atenção aos resultados dos tratamentos e...não desista.
Até a próxima ;)
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